A importância dos
sons na vida do bebê
Todos os pais desejam proporcionar experiências
ao seu bebê, ansiando por facilitar-lhe um bom desenvolvimento
global e, consequentemente, uma vida saudável e
feliz.
Hoje, a fonoaudiologia traz como contribuição
para um bom desenvolvimento das crianças os valiosas
sons presentes no dia-dia dos bebês.
Os sons são tão familiares para os bebês,
desde o útero, onde convivem com sons variados
do organismo de sua mãe.
Através do meio líquido, onde passam na
gestação, os sons estimulam o bebê e
iniciam seu contato com o mundo externo.
Durante todo seu desenvolvimento, os sons terão
grande influência na sua relação com
o mundo: a voz dos familiares, músicas que a mãe
ouvia na gravidez ou que cantava para o bebê, os
batimentos cardíacos da mãe durante a amamentação,
etc.
As experiências sonoras são tão importantes
quanto os estímulos visuais.
Estímulos auditivos podem favorecer a atenção
auditiva, memória, sequência, identificação,
localização e feed back dos próprios
sons que começa a emitir.
Brinquedos sonoros devem ser avaliados, e, se muito ruidosos,
devem ser evitados.
Nas atividades diárias, os sons ambientais podem
ser usados como estimuladores, como os sons da água
durante o banho, a voz da mãe durante a troca de
fraldas, o cão que late, a campainha que toca...
Outra forma, que é especialmente importante para
estimular o processamento auditivo, é oferecer
diferentes sons, em cada ouvido, separadamente. Esta estimulação
chama-se monaural.
Materiais, brinquedos, jogos, livros, passeios, filmes,
músicas são valiosos instrumentos de estimulação
para os bebês, favorecem o desenvolvimento do vocabulário,
construção de frases, interpretação
e construção de histórias, crítica
e criatividade.
É preciso estar atentos à espontaneidade
para com as crianças, à liberdade...
As brincadeiras que se desenvolvem naturalmente, o espaço
e disponibilidade oferecido pelos pais geram segurança
e alegria.
Acompanhamento de bebês de risco
O que é follow up?
É o seguimento do recém-nascido de risco, como especialidade
estabelecida na maioria dos países desenvolvidos.
Atualmente, os neonatologistas veem a necessidade de acompanhar
a qualidade de vida dos bebês que tiveram intercorrências
neonatais, prematuridade, mal formações e
ou síndromes, e que necessitaram de internação
prolongada em UTI de risco.
Além da preocupação com a sobrevida
desses bebês, como era anteriormente, vem a preocupação
com o bom desenvolvimento.
Quais são os objetivos do follow up?
• Realizar suporte à família por um grupo especializado
nesse tipo de atendimento.
• A detecção e intervenção precoce das alterações
do desenvolvimento global da criança.
• A realização de pesquisas com grupos específicos
de recém-nascidos.
Que especialidades participam do follow up?
Neonatologistas, neurologistas, oftalmologistas, pediatras,
fonoaudiólogos, psicólogos, fisioterapeutas,
terapêutas ocupacionais e especialistas em aleitamento
materno.
É importante a integração desta equipe no follow up, onde
cada especialidade complementa a atuação das outras, em busca
do desenvolvimento integral do bebê.
Como é o acompanhamento fonoaudiológico no
follow up?
• Deve ser realizado de preferência a cada dois meses, quando o
fonoaudiólogo avalia a maturação sensoriomotororal, acompanhando
a evolução, forma e qualidade da alimentação.
• Neste acompanhamento, os pais são orientados sobre a estimulação
global do bebê, intervindo quando necessário.
• A triagem auditiva universal deve ser realizada após o nascimento,
e acompanhada pela despistagem auditiva aos seis, doze e dezoito meses.
• Caso algum teste demonstre alteração, novos testes audiológicos
complementares devem ser realizados e a despistagem auditiva pode ocorrer com
maior periodicidade.
Quais os cuidados que devem ser tomados com relação
ao bebê de risco e sua família?
Encaminhamento e orientação para o follow
up, composto por profissionais especializados, na alta hospitalar.
Ressaltar a importância deste programa no desenvolvimento
global do bebê e como o mesmo é realizado.
Cães e gatos podem trazer problemas para
as crianças
Indiscutivelmente, animais e seres humanos interagem de
forma harmônica, desde a tenra infância, e representam
uma fonte de afeto e diversão para a criançada
em geral, ajudam as crianças a se socializar e melhor
interagir com o mundo.
Não obstante, devemos alertar os pais para os perigos
deste contato, dando-lhes uma visão geral das 2 patologias
provenientes deste contato mais presentes em nosso meio:
toxocaríase e toxoplasmose.
A toxocaríase, proveniente do verme nematóide
canino, Toxocara canis, está presente em aproximadamente
80% dos filhotes de cães entre 2 e 6 meses; e pode
assumir 2 formas de acometimento nas crianças:
Larva migrans visceral: Infecção sistêmica
severa, que pode acometer pulmões, fígado
e cérebro. Podem ocasionar convulsões, icterícia
e até, ocasionalmente, a morte. Normalmente, a forma
visceral acomete crianças de até 2 anos de
idade.
Toxocaríase ocular: Difere da forma visceral pelo
fato do bom estado geral do paciente, sendo a repercussão
somente ocular, e também pelo fato da idade de ocorrência
da doença ser mais tardia [em média aos 7,5
anos]. Normalmente a doença acomete somente um olho,
e pode levar ao descolamento de retina, hipotonia ocular
[baixa pressão], edema macular e catarata, e, em
boa parte dos casos pode culminar em atrofia ocular.
Os métodos diagnósticos da toxocaríase
compreendem o exame de fundo de olho [mapeamento de retina],
ultrassonografia ocular e testes sorológicos.
A forma de contágio se dá através da
ingestão acidental de ovos do parasita contidos no
solo ou comida contaminada. Crianças que têm
por hábito comer terra são mais propensas à
infecção. O tratamento é limitado a
medicamentos anti-inflamatórios esteróides
e cirurgias reparadoras.
A toxoplasmose proveniente do protozoário Toxoplasma
gondii pode ter 2 formas de apresentação [sistêmica
e ocular], e duas formas de contágio [congênita
e adquirida]. O gato é seu hospedeiro definitivo,
e o ser humano e outros animais são seus hospedeiros
intermediários.
Ciclo de vida do Toxoplasma gondii
O homem é infectado de três formas:
Ingestão de carne mal passada [boi, porco, carneiro...];
Ingestão acidental de ovos [provenientes de fezes
de gatos contidas no solo] mãos mal lavadas, crianças
que comem terra, verduras mal lavadas...]
Via transplacentária: Durante a gestação.
O diagnóstico é dado principalmente pelo exame
de fundo de olho, por exames de sangue, ultra-sonografia
ocular...O tratamento é feito com antibioticoterapia
específica com duração mínima
de 40 dias, cirurgias. Na forma ocular a cura do processo
e o grau de lesão ocular são dependentes da
virulência do toxoplasma, da competência imunológica
do hospedeiro e do uso do antibiótico apropriado.
A visão pode ser prejudicada por formação
de catarata, descolamento de retina, atrofia da coriorretina...
A forma sistêmica costuma ser benigna e assintomática
em 80 a 90% dos casos. Quando acomete adultos e o quadro
de
ínguas [linfoadenopatia] e febre é comum,
porém em crianças de tenra idade e imunodeficientes
o quadro pode ser bastante grave.
Longe deste artigo afastar as crianças do contato
com seus amados animais de estimação, porém
devemos saber de todos os riscos inerentes a este contato.
Como descobrir problemas auditivos nos bebês?
Triagem auditiva neonatal universal (TANU)
Através da recomendação 01/99, do comitê
brasileiro sobre perdas auditivas na infância, todas
as crianças devem ser testadas ao nascimento ou no
máximo três meses de idade e, em caso de deficiência
auditiva confirmada, receber intervenção educacional
até 6 (seis) meses.
Detecção precoce como justificativa
A incidência de perda auditiva bilateral significante
em neonatos saudáveis é estimada entre 1 a
3 neonatos em cada 1000 nascimentos e em cerca de 2 a 4%
nos provenientes de Unidades de terapia Intensiva.
Dentre as doenças passíveis de triagem ao
nascimento, a deficiência auditiva apresenta alta
prevalência (fenilcetonúria 1:10.000, hipotireoidismo
2,5:10.000, anemia falciforme 2:10.000 e surdez 30:10.000).
O fracasso em indentificar as crianças com perda
auditiva resulta em diagnóstico e intervenção
em idades muito tardias.
No brasil, a idade média de diagnóstico varia
em torno de 3 a 4 anos de idade (ines 1990), podendo levar
até dois anos para ser concluído (nóbrega,
1994).
Tendo em vista que a audição normal é
essencial para o desenvolvimento da fala e da linguagem
oral, nos primeiros seis meses de vida, é necessário
identificar as crianças com perda auditiva antes
dos três meses de idade e iniciar a intervenção
até os seis meses (national institutes of health,
1993, joint committee on infant hearing, 1994 e american
academy of pediatrics - aap.1999).
Portanto, para garantir o acesso da maioria das crianças
à intervenção precoce, o comitê
recomenda a opção de avaliá-las antes
da alta da maternidade e para os nascidos fora do hospital
a avaliação deverá ser feita até
três meses de idade.
Que crianças devem ser detectadas?
O programa tanu tem como objetivo avaliar todos os recém-nascidos
(rn). A metodologia deve detectar todas as crianças
com perda auditiva igual ou maior a 35 db no melhor ouvido.
A aap recomenda a utilização de métodos
elétrofisiológicos em ambas as orelhas e considera
um programa efetivo quando são avaliados no mínimo
95% do total de nascimentos.
Que métodos podem ser utilizados?
Na atualidade dois métodos eletrofisiológicos
demonstram boa sensibilidade para atingir este objetivo:
o potencial auditivo de tronco encefálico-paete e
as emissões otoacústicas evocadas-eoae.
Cada um destes testes possuem vantagens e desvantagens,
entretanto superam a triagem auditiva comportamental na
detecção de perdas leves ou unilaterais. Mediante
a impossibilidade da utilização dos métodos
eletrofisiológicos citados, é possível
a aplicação do protocolo dos indicadores de
risco associado à observação do comportamento
auditivo e pesquisa do reflexo cócleo-palpebral,
ressalvadas as devidas limitações desse procedimento
(perdas leves ou unilaterais).
A preocupação com a audição
não deve cessar com o nascimento. Qualquer criança
pode desenvolver uma perda auditiva progressiva ou ser de
risco para alteração do processamento auditivo
central.
Crianças que apresentarem qualquer um dos indicadores
de risco para surdez devem receber monitoramento para pesquisas
de perdas progressivas através de programas de acompanhamento
audiológico (asha,1989).
Cuide bem da sua voz
A voz é a forma mais importante que possuímos
para nos comunicar.
É através dela que expressamos de forma mais simples o que pensamos
e o que sentimos.
Ela é produzida na laringe, mais precisamente nas
pregas vocais, popularmente chamadas de cordas vocais.
As pregas vocais são pregas de mucosa com musculatura.
Estão dentro da laringe dispostas horizontalmente.
Ao inspirarmos, as pregas vocais se afastam para que o ar
possa chegar até os pulmões. Para falarmos,
elas se aproximam, e o ar ao sair dos pulmões, passa
pela laringe, produzindo vibrações sonoras
que serão articuladas na cavidade da boca, formando
os diferentes sons que chamamos de fonemas, e que darão
origem à fala.
Desequilíbrios ocorridos nesse mecanismo poderão
provocar alterações na voz. Por isso a necessidade
de se procurar especialistas como fonoaudiólogos
e otorrinolaringologistas.
Os sintomas mais comuns de desequilíbrios são:
rouquidão, cansaço vocal, esforço para
falar, dificuldades em manter a voz, variações
no som, falta de volume e de projeção, perda
de eficiência vocal, pouca resistência, pigarros,
dor ou ardência na garganta e até dificuldade
para engolir.
Alguns comentários muito comuns:
" - Minha voz está fraca, não consigo mais gritar com os
alunos, melhora no fim de semana e vai piorando na quarta-feira. "
" - Sinto muito cansaço para falar, o som vai desaparecendo. "
" - Quando começo a falar, vem um pigarro, uma tosse, me irrita. "
" - Sou roca desde criança, meu pai também.
"
" - Tenho sentido dores no pescoço e no peito quando falo muito,
principalmente agora que aumentei minha carga horária. "
Hábitos que podem influenciar na qualidade da voz:
Fumo:
Altamente nociva, a fumaça quente agride todo o sistema
respiratório e principalmente as pregas vocais, podendo
causar irritação, pigarro, inchaço,
tosse, aumento de secreção e infecções.
Como defesa, o organismo produz uma quantidade de muco maior,
que fica depositado na laringe, pois os cílios que
deslocam esse muco ficam parados pelas toxinas, causando
pigarro. O fumo é uma das maiores causas de câncer
na laringe e nos pulmões.
Álcool:
Causa irritação semelhante à produzida
pelo fumo. Está associado à redução
de defesas do organismo. Quando se toma uma ou duas doses,
pode-se provocar uma melhora na voz porque o indivíduo
se sente mais solto, devido ao efeito anestésico
na faringe, podendo ser cometido abusos vocais sem perceber.
Depois de passado o efeito, as consequências podem
ser ardor, queimação e voz fraca seguida de
rouquidão. A vodca, champanhe, vinho e uísque
são destilados, sendo, pois, piores para a saúde
vocal.
O Álcool, juntamente com o fumo, triplica o risco
de câncer:
Além dos efeitos nocivos, tais como alterações
cardiovasculares e neurológicas, o uso de drogas
afeta diretamente a laringe e a voz.
A maconha pode provocar irritação da mucosa
e até lesão dos tecidos.
A cocaína injetável provoca hipotonia muscular,
fadiga vocal e dificuldade de se manter comunicação
adequada.
Outros fatores que podem influenciar na qualidade vocal.
Alergias :
Pessoas alérgicas tem maior possibilidade de desenvolver
problemas relacionados à voz.
Por quê?
Em crise alérgica, a mucosa respiratória fica
inchada (edemaciada), o que altera a vibração
livre das pregas vocais, além de produzir catarro,
que muitas vezes provoca tosse ou pigarro, o que irrita
a laringe pelo atrito entre as pregas vocais.
O que pode ser feito?
Deve-se fazer o tratamento adequado para se evitar as crises
e os fatores desencadeantes, que podem ser cheiros fortes
e até alguns tipos de alimentos. Quem trabalha com
a voz como os cantores, atores, telefonista, etc , devem
procurar manter as crises sob controle e respeitar seus
limites quando sentirem que estão abusando da voz.
Mudanças de temperatura:
As mudanças bruscas de temperatura favorecem inflamações
e infecções respiratórias que impedem
a livre função vocal. Principalmente o frio
e a umidade.
Exemplos: Tomar banho quente e entrar no quarto com o ar
condicionado gelado. Beber ou comer algo gelado após
ter falado ou cantado muito. Em casos como este, pode ocorrer
um choque térmico, pela rápida contração
muscular, e até um possível resfriado.
O que pode ser feito?
Beber bastante água na temperatura ambiente para
hidratar a mucosa se a exposição for inevitável.
Principalmente procurar evitar situações que
agridam as pregas vocais.
Competição Sonora:
A conversa em locais muito barulhentos como festas, competições
esportivas e boates ocasionam um esforço excessivo
da voz, para se fazer ouvido.
O que pode acontecer?
A exposição prolongada, nessas circunstâncias,
causa danos e até lesões nas pregas vocais.
Os primeiros sintomas são ardência na garganta
e uma leve rouquidão.
Alimentação:
Alguns tipos de alimento podem auxiliar enquanto que outros
podem prejudicar a qualidade vocal. Alimentos pesados e
condimentados atrapalham o processo digestivo e dificultam
o movimento respiratório do músculo diafragma,
que fica abaixo do estômago.
Alimentos leves, verduras e frutas, se bem mastigadas, trabalham
os músculos da mandíbula, melhorando até
a dicção.
Chocolates, leite e derivados (aumentam a produção
de muco), bebidas gasosas(flatulências) e pastilhas
(anestesiam a mucosa) devem ser evitados antes do uso intensivo
da voz. Maçã e sucos cítricos (laranja
e limão) auxiliam na absorção do excesso
de secreção.
Vestuário
As roupas ou adereços apertados no pescoço
e na cintura devem ser evitados , pois podem causar danos
para a voz.
Por quê?
Colares, lenços e colarinhos apertados no pescoço
pressionam a laringe e as cordas vocais. Os cintos e calças
apertados dificultam a movimentação do músculo
diafragma, importante para a respiração. Sapatos
altos alteram a postura, aumentando a tensão e enrijecendo
o corpo, afetando a voz, muitas vezes.
Alterações Hormonais
O período menstrual, a gestação e o
uso de pílulas anticoncepcionais podem alterar a
qualidade vocal. Rouquidão ou fadiga vocal podem
ser alguns sintomas.
Por quê?
Devido ao inchaço das pregas vocais provocado pelas
alterações hormonais . Nos casos de menopausa,
as mulheres podem adquirir uma voz mais grave devido à
diminuição dos hormônios femininos.
Já nos homens com idade avançada acontece
o contrário: a voz fica mais aguda .
Para finalizar, qualquer alteração na voz,
por mais de quinze dias, deve ser avaliada por um fonoaudiólogo
ou um otorrinolaringologista.
O diagnóstico e o tratamento precoce são importantes
para a saúde vocal
Dicas para manter uma boa audição
A audição é um canal sensorial de suma
importância para o nosso relacionamento com o mundo
ao redor. Muitas pessoas não dão o devido
valor. Para exemplificar, só uma perda leve já faz
com que muitos sons passem desapercebidos ou distorcidos
pela nossa percepção.
Geralmente as pessoas só percebem que têm uma
perda auditiva quando esta está adiantada ou quando
ela vem associada a outros fatores, tais como: dores de
ouvido, zumbidos, tonteiras e diferenças grandes
na percepção do som de um ouvido para outro
(no uso do telefone).
Uma pessoa com problemas auditivos perde uma quantidade
enorme de informações e, dependendo do grau
(leve, moderado, severa ou profunda), e de quando aconteceu
a perda (antes e durante a infância até a idade
adulta), podem ficar prejudicadas a voz, a fala, a linguagem
e até
o comportamento e relacionamento com os outros.
É importante frisar que o termo surdo mudo é
incorreto. Na verdade, a pessoa é surda desde o nascimento
e, por não ter sido estimulada de forma adequada,
não aprendeu a falar.
Você sabia que muitas perdas auditivas podem ser evitadas?
Alguns cuidados:
• Mulheres devem tomar vacina contra rubéola, pois se, durante
a gravidez, contraírem a doença, o bebê corre grande risco
de nascer surdo.
• Fazer pré-natal adequado, pedindo orientação ao
médico quanto às drogas que podem lesar a audição
do feto.
• Brinquedos muito barulhentos podem deixar a criança agitada
e até causar perda auditiva se a exposição for constante.
Walkman em intensidade alta e uso contínuo podem lesar permanentemente
algumas células receptoras do som, ocasionando perdas.
• Exposição a ambientes muito ruidosos deve ser evitada
e, sempre que possível, deve-se usar protetores auriculares.
• Objetos introduzidos no ouvido podem perfurar o tímpano e causar
infecções auditivas.
• Uso de remédios ou de fórmulas caseiras dentro do ouvido
sem indicação médica pode causar problemas auditivos.
• Fogos de artifício são uma grande causa de perdas auditivas
e até de surdez. Evite soltá-los ou frequentar lugares que os
tenham. Se for inevitável, proteja os ouvidos.
Proteja sua audição; cuide de sua saúde!!!
Do leite às papinhas
Qual o melhor momento de se iniciar novos tipos de alimentação
com bebês?
O ideal é que os bebês se utilizem exclusivamente
do leite materno através da amamentação
no seio, até os seis meses de idade, para a partir
daí, se iniciar novos tipos de estímulos orais.
Por que seis meses de idade?
Primeiramente, por não serem necessárias até
esta idade outras formas de nutrição, salvo
exceções.
No decorrer dos primeiros meses, o bebê vai desenvolvendo
sua sucção, e esta vai se tornando mais distinta,
com movimentos cada vez mais dissociados, e mais voluntária.
Alguns autores colocam que bebês diminuem o interesse
de sugar o seio ou mamadeira por volta de 5-6 meses, o que
coincide com maior desenvolvimento global e maior interesse
visual do mundo ao seu redor.
Nesta fase, existe uma redução nos movimentos
ântero-posteriores de língua durante a sucção,
o que prepara o bebê para o uso da colher.
Aos seis meses, ocorrem movimentos verticais de mandíbula,
influindo neste processo.
Como um estímulo oral inadequado pode interferir
no processo de alimentação?
A alimentação sólida deve ser introduzida
em momento apropriado, senão as etapas de desenvolvimento
serão alteradas, podendo levar à maior rejeição
da alimentação sólida ou qualquer variação
futura.
Existe um período sensível, ideal para aplicação
de determinado estímulo, a partir do qual é
mais difícil aprender este padrão de comportamento,
e isso deve ser observado em cada criança.
Que tipo de estímulo poderia ser inadequado?
• bicos de mamadeiras com furos aumentados.
• posicionamento incorreto do bebê durante as mamadas.
• uso de colher antes dos quatro meses.
• uso de caneca antes dos quatro meses.
• ausência de estímulo de mastigação a partir
dos sete meses.
• pouca variedade de texturas a partir de sete meses.
Situações de alimentação muito
longas e desgastantes podem estar associadas a um estímulo
inadequado?
Sim, é preciso respeitar o desenvolvimento de cada
criança e, a partir deste, promover situações
de alimentação mais adequadas, sem antecipar
ou retardar determinadas experiências, o que também
poderia resultar num atraso de desenvolvimento das habilidades
orais.
Como introduzir novas texturas
Novas texturas devem ser introduzidas gradativamente. Texturas
misturadas na mesma colherada tendem a confundir.
A textura, a temperatura, a acidez do alimento podem modificar
o tipo de movimento escolhido pela criança.
A maneira com que o alimento é apresentado e inserido
na boca da criança, a forma com que encontra-se posicionada
para alimentar-se, a iluminação e quantidade
de estímulos visuais e sonoros do ambiente e utensílios
utilizados afetam as respostas globais e orais da criança.
O que é necessário observar em cada criança?
• Observar se a criança teve boa experiência com a sucção.
• A habilidade de sentar sem suporte é um fator que influi na
deglutição de alimentação sólida, assim
como o desenvolvimento global.
• Recusa da alimentação.
• Aparecimento ou aumento de tosse e engasgos na introdução
de novos alimentos.
Como atuar nestas situações ?
É necessária a realização de uma avaliação
criteriosa, inclusive pelo fonoaudiólogo, que poderá participar
de situações de alimentação para melhor orientação.
Os benefícios da fono para os bebês
de risco
Atualmente, com o aumento da sobrevida de bebês de
risco, que necessitam de um período de hospitalização,
além da preocupação com a sobrevida
deles, surge a necessidade de maior enfoque quanto à qualidade
de vida e minimização dos riscos de sequelas,
favorecendo um bom desenvolvimento global.
A fonoaudiologia vem desenvolvendo, gradativa e qualitativamente,
há aproximadamente dez anos, intervenções
junto a esses bebês, promovendo os seguintes resultados
benéficos:
• Adequação da musculatura oral;
• Maior ganho de peso;
• Transição para dieta por via oral e amamentação
mais rápida e fácil;
• Associação da sucção e saciação;
• Alteração dos estados de alerta, favorecendo a prontidão
para a mamada, estabelecendo ciclos de fome e sono;
• Melhor absorção gástrica;
• Maior oxigenação durante e após as mamadas;
• Aceleração no processo de alta hospitalar, diminuindo
a exposição a infeccões;
• Minimização dos riscos de sequelas;
• Facilitação do vínculo mãe-bebê;
O fonoaudiólogo pode e deve também atuar de
maneira mais global , como, por exemplo, promovendo entrevistas
com pais, formando grupos de pais de bebês de alto
risco, discutindo casos com a equipe, fazendo modificações
quanto ao ambiente para um melhor desenvolvimento auditivo,
visual e comportamental do bebê e utilizando posicionamentos
que possibilitem uma maior estabilidade global e movimentos
mais evoluidos para os bebês (Xavier,1998).
O inicio da estimulação da sucção,
geralmente iniciada pela sucção não
nutritiva, que é realizada com estímulo intra-oral
com dedo enluvado ou chupeta, durante as dietas por gavagem,
exige critérios como: quadro respiratório
estável e balanço calórico de 90 cal/kg/dia.
Estes critérios chegam a ter prioridade sobre o peso
do bebê e a idade gestacional.
Maior divulgação desta atuação
ainda se faz necessária a fim de incentivar um maior
número de profissionais especializados dentro do
quadro clínico dos hospitais. No momento, ainda são
poucos hospitais que já possuem o fonoaudiólogo
como membro da equipe médica e poucos são
os convênios que dão cobertura para esta intervenção
Qual a função do fonoaudiólogo
no hospital?
A fonoaudiologia está presente em hospitais, atendendo
pacientes internados, auxiliando na sua recuperação,
acelerando o processo de alta e sua qualidade de vida.
De que forma acontece este trabalho?
O fonoaudiólogo oferece adaptações,
treinos e exercícios, que vão proporcionar
as funções de deglutição, fala,
sucção, bem como triagem auditiva, orientações
e encaminhamentos. Este trabalho favorece retirada de traqueostomia
e sonda enteral, ou gastrostomia, minimizando riscos de
broncoaspiração e pneumonia.
Em que situações o fonoaudiólogo intervém?
Com pacientes que possuem sequelas de traumatismos, AVC
(derrame), crianças prematuras ou de risco, pacientes
com câncer de cabeça e pescoço, pré e
pós-cirúrgico, triagem auditiva neonatal.
Quando solicitar um fonoaudiólogo?
Quem solicita o fonoaudiólogo é o médico
responsável pelo paciente. Em alguns hospitais dos
quais fonoaudiólogo faz parte do quadro clínico,
existe uma rotina de avaliação e conduta deste
profissional.
Quais são os benefícios deste trabalho?
Alta hospitalar mais rápida, transição
de dieta por via oral de forma mais segura, minimizando
riscos de broncoaspiração e pneumonia, favorecimento
de padrões de alimentação mais satisfatórios
e melhora da qualidade de vida. Também é importante
ressaltar a maior rotatividade de leitos, menor exposição
a infecções hospitalares.
A perda da audição e o idoso, o que
fazer?
Definição:
Presbiacusia é a perda da sensibilidade auditiva,
resultante das mudanças degenerativas e fisiológicas
do sistema auditivo, decorrente da idade avançada.
Podem ocorrer as seguintes implicações:
• Redução na percepção da fala.
• Alterações psicológicas causadas pela dificuldade
de se comunicar com os outros.
• Incapacidade auditiva nas igrejas, no teatro, cinema, rádio,
sons ambientes e TV.
• Isolamento social (interação com família, amigos
e comunidade).
• Problemas de alerta e defesa (incapacidade para ouvir chamados, telefones,
alarmes, veículos se aproximando, campainhas e anúncios de emergência).
As intervenções mais adequadas podem ser:
• Avaliação auditiva periódica.
• Seleção e adaptação de aparelho auditivo
adequado.
• Orientações gerais quanto ao manuseio do aparelho auditivo.
• Participação de programas de reabilitação
audiológica.
• Desenvolvimento de motivação para uso do aparelho auditivo.
É muito importante o apoio familiar, a paciência e a interação
com o idoso.
O idoso precisa se sentir útil e participar das decisões
familiares.
Deve-se procurar falar mais alto e com contato visual de
forma clara e pausada.
Evitar se irritar quando ele não entender ou pedir
para repetir.
Todos temos muito a aprender com os idosos e não
devemos desperdiçar o diálogo.
Respirar pela boca faz mal?
A respiração bucal ocorre quando, na maioria
das vezes, existe um impedimento à respiração
nasal.
Geralmente, crianças com alergia respiratória,
obstruções mecânicas como: desvio de
septo, hipertrofia das adenóides e ou amígdalas,
problemas ortodônticos e presença de hábitos
parafuncionais, como sucção de polegar e/ou
chupeta por período prolongado, roedura de unhas,
mostram uma respiração predominantemente
bucal, durante o dia e a noite.
As consequências na respiração bucal
...
Além de maior exposição às infecções,
o respirador bucal possui uma fisionomia de pessoa cansada,
formato do rosto longo, com olheiras, boca sempre aberta,
cansaço respiratório, mau hálito, "baba"
noturna e roncos.
A postura de toda estrutura facial e corporal fica alterada.
O corpo reage com compensações para respirar
melhor, modificando sua postura.
A dificuldade para respirar pelo nariz pode atrapalhar
a qualidade do sono, e o nível de concentração
da criança durante o dia, podendo estar associado
a dificuldades escolares.
Alguns estudos referem menor oxigenação
cerebral, quando esta ocorre pela boca.
Consequências na alimentação
Frequentemente, o respirador bucal come rápido, mastiga
pouco, utiliza líquido para auxiliar na deglutição,
prefere alimentos moles, de fácil mastigação,
a língua projeta-se durante a deglutição
entre os dentes. Existe um cansaço para se alimentar
e muitas vezes a criança rejeita grande parte da
refeição.
Com tantas alterações na postura dos órgãos
fonoarticulatórios, em repouso e na alimentação,
é comum a presença de distúrbios articulatórios
na fala.
Reações de irritabilidade, impaciência,
também são consideradas.
O que fazer?
Através de uma boa avaliação interdisciplinar,
a respiração pode ser corrigida por meio da
atuação médica e reabilitadora: otorrinolaringologista,
alergista, pediatra, cirurgião, pediatra, fonoaudiólogo,
fisioterapeuta, ortodontista e psicoterapeuta.
Resultados
Com certeza, o conforto respiratório melhora da musculatura,
postura, alimentação, funções
orais, aspecto estético vão proporcionar melhor
saúde e qualidade de vida.
Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, melhor
para a reabilitação, que estará atuando
durante o desenvolvimento global da criança.