ASPECTOS GERAIS DAS FISSURAS LÁBIO-PALATAIS
*Evelise Aline Soares, Juliana Rocha Vasques, **Vanessa Rocha Andrade, **Rui Silva Costa, **Thiago Donizeth da Silva
* Mestre em Anatomia Humana
pela Unicamp e Docente da faculdade de Enfermagem da Unifenas.
** Acadêmicos da Faculdade de Enfermagem da Unifenas.
1 - INTRODUÇÃO
As fissuras de lábio e/ou
palato são mal-formações da face que acarretam alterações
físicas, emocionais e sociais. A amplitude dessas fissuras são
variáveis da mesma forma que suas conseqüências para o indivíduo
portador. Porém em ambas as fissuras encontraremos dificuldades alimentares,
sendo a alimentação fundamental para o desenvolvimento da criança.
Bebês portadores de fissura apresentam uma ingestão insuficiente,
a sucção pode apresentar-se insuficiente, a regurgitação
pode ser observada, engasgos, náuseas, vômitos e alterações
respiratórias durante a alimentação podendo até
chegar a asfixia. Devido a estas alterações muitas vezes a mãe
e o responsável temem a alimentar a criança.
Conhecer as características gerais das fissuras lábio-palatais,
a importância da alimentação no desenvolvimento da criança,
garante ao nutricionista uma base para orientações e clínica
destes pacientes, uma vez que a família orientada a uma dieta equilibrada
proporciona a diminuição da mortalidade destes pacientes, quebrando
tabus e oferecendo a eles uma melhor qualidade de vida.
Perante o exposto, o presente trabalho tem por objetivo descrever os aspectos
gerais das fissuras lábio-palatais, seus tratamentos e aspectos alimentares
da criança portadora desta malformação.
2 – REVISÃO DE LITERATURA
2.1 – GENERALIDADES SOBRE AS FISSURAS
Uma fissura é um espaço
anormal congênito no lábio, alvéolo ou palato. O termo coloquial
é lábio leporino (JONES, 1998).
O uso deste termo deve ser desencorajado, pois carrega conotações
de inferioridade. Os termos apropriados são fissura labial, palatina
ou lábio-palatal (PETERSON et al.,1996).
As fissuras de lábio e o palato consiste em uma malformação
congênita que podem ocorrer em períodos embriológicos diferentes
e acarretam uma série de seqüelas que podem acompanhar o portador
pôr toda a vida. (LOFIEGO, 1992).
Segundo Marchesan (1998) é a deformidade congênita crânio-facial
mais comum, podendo aparecer isoladamente, na forma labial, palatal ou ambas.
As fissuras faciais e palatais são relativamente comuns que ocorre na
freqüência de um em 800 a 1000 (SONIS, FAZIO e FANG, 1996).
Em torno de 35 dias de vida uterina o lábio estará fundido e uma
falha na fusão do lábio compromete a fusão subsequente
das prateleiras palatinas (palato primário, que não fundem completamente
até 8 a 9 semanas), o que justifica a fenda palatina estar geralmente
associada a fenda labial ( JONES, 1998).
2.2 – HISTÓRICO DAS FISSURAS
As fissuras do lábio e palato
foram descrita há muitos séculos na raça humana, assim
como os procedimentos cirúrgicos para sua correções (TABITH,
1989).
A primeira descrição conhecida de fissura palatina foi oferecida
por John Ward em 1660 e somente em 1766 foi executada a primeira cirurgia reparadora,
a cargo do dentista francês Le Monnier (ALTMANN, 1997).
Segundo Kudo et al. (1997) o trabalho atual de equipe multidisciplinar, utilizando
procedimentos viáveis dentro do complexo médico-odonto-fisio-fono-nutri-psico-pedagógico.
Para o trabalho e a reabilitação precoce dos casos, não
só minimizaria os óbitos que ocorrem no primeiro ano de vida,
como o aparecimento de deformidades na dentição e na face, os
distúrbios de fala e a inadaptação psicossocial (ALTMANN,
1997).
2.3 - FATORES ETIOLÓGICOS
Há evidência que dois
fatores, genéticos e ambientais, tomam parte nestas anomalias, podendo
atuar só ou conjugado (JORDE et al., 2000).
Quando na presença de uma predisposição hereditária
e conjugação de fatores ambientais pode precipitar o aparecimento
de uma anomalia (MOORE e PERSAUD, 2004).
A determinação dos fatores hereditários ou sua simples
comprovação é muito difícil na espécie humana,
deste modo acredita-se que em mais ou menos 30% dos casos haja envolvimento
de fatores hereditários (JORDE et al., 2000).
Os fatores ambientais podem ser classificados em: Nutricionais, Tóxicos
e Endócrinos (MOORE e PERSAUD, 2004).
As fissuras do lábio e do palato são deformidades do desenvolvimento
que ocorrem quando um ou mais dos processos embriogênicos da face não
se fundem com os processos adjacentes (NUSSBAUN, McNNES e WILLARD, 2002).
De acordo com Tabith (1989) as fissuras do lábio são resultantes
da falha de fusão entre os processos frontonasal e maxilar, na sexta
semana do desenvolvimento embriológico.
Fissuras do palato resultam da falta de fusão das placas palatinas do
processo maxilar, que ocorre pôr volta da semana do desenvolvimento (LOFIEGO,
2002).
Alguns autores consideram que existe uma fusão entre os processos embriogênicos
primários, mas o mesoderma que posteriormente penetra nestas áreas
para formar as estruturas definitivas não se desenvolve suficientemente
(TABITH, 1989).
As causas das fissuras são divididas em dois tipos:
1) Hereditários e
2) Mecânicos.
A) Fatores Hereditários
Muitas pesquisas têm sido conduzidas para observar a influência
da hereditariedade na determinação de fissuras palatinas (MOORE
e PERSAUD, 2004).
Os estudos de Fogh Anderson mostram maior incidência de fissuras em crianças
de pais com deformidades congênitas, do que na população
em geral. (TABITH, 1989).
Obviamente uma série de fatores, tais como baixa penetração
genética ou falta de conhecimento sobre antecedentes, podem ser responsáveis
pela ausência de incidência de fissuras em muitas famílias
(NUSSBAUN, McNNES e WILLARD, 2002).
B) Fatores Mecânicos
Obstruindo a união dos tecidos embriogênicos também têm
sido citados, a possibilidade um punho ou dedo penetrar na área oral
durante período critico do desenvolvimento (TABITH,1989).
Atraso ou redução do crescimento mandibular podem explicar fissuras
dos palatos duro e mole, associadas à Síndrome de Pierre Robin
(ALTMANN, 1997).
2.4 – INCIDÊNCIA DAS FISSURAS LÁBIO-PALATAIS
Segundo Tabith (1989), muitas investigações
tem sido realizadas em todo mundo sobre a incidência de lesões
congênitas de lábio e/ou palato, alguns autores associam a maior
incidência com o fator raça, sexo e a consangüinidade.
Os trabalhos anteriores a 1930 geralmente relatam incidência em torno
de 1:1000 nascimentos (ALTMANN, 1997).
As malformações congênitas do lábio e/ou palato situam-se
entre o 3º e 4º defeito congênito mais freqüente, sendo
que em nosso meio parece ocorrer de grande grandeza de 1:652 nascimentos. Estimativa
superficial sugere a existência, atualmente no Brasil de aproximadamente
180.000 fissurados (CENTRINHO, 2006)
No Brasil Fonseca & Resende (19710 realizaram um estudo com 67.321 recém-nascidos
na Casa Maternal Dona Leonor Mendes Barros em São Paulo, constatando
101 portadores de fissuras, implicando a incidência de 1:673 nascimentos
(CAMPIOTTO et al., 1997).
Fogh – Andreson (1942), descrevem pesquisas de incidências realizadas
em vários países, tais como: Estados Unidos (1:1170), França
(1:954), Alemanha (1:1000), Holanda 91:954) e Dinamarca (1:665) (TABHIT, 1989).
É observado maior incidência de fissuras na raça amarela
do que na raça negra. Nos orientais cerca de 1:469 nascimentos e nos
negros há de 1:1300 nascimentos (MARCHESAN, 1998).
Na raça branca teremos 1:750 nascimentos (CENTRINHO, 2006).
Fissuras lábio palatinas ocorrem duas vezes mais em homens do que em
mulheres, e os homens tendem a ter deformidades mais severas do que as mulheres,
a fissura é de palato isolada, a incidência é maior em mulheres
(MARCHESAN, 1998).
A idade e a diferença de idade dos pais de fissurados não tem
significação. Em crianças brancas a incidência predomina
nas do grupo Rh + (TABITH, 1989).
A incidência cresce com a presença de familiares fissurados nas
seguintes proporções (CENTRINHO, 2006):
- Pais normais tem 0.1 % de chance de ter filho fissurados.
- Pais normais e um filho fissurado tem 4.5 % de chance de ter outro filho fissurado.
- Um dos pais fissurados e um filho fissurados tem 15% de chance de ter outro filho fissurado.
2.5 - CLASSIFICAÇÃO DAS FISSURAS LÁBIO-PALATINAS
Muitas classificações
são utilizadas para a grande variação de fissura do lábio
e palato.
Morley (1954), divide em três grandes grupos, de acordo com a posição
da fissura em relação ao processo alveolar, classificando em Grupo
I fissura pré-alveolar, Grupo II fissura pós-alveolar e Grupo
III fissuras alveolares (TABITH, 1989).
Olin (1960), classifica as fissuras em quatro tipos: Grupo I são as fissuras
de lábio, Grupo II são as fissuras de palato, Grupo III são
as fissuras de lábio e palato e Grupo IV fissuras de lábio e processo
alveolar sem envolvimento do palato (ALTMANN, 1997).
Vilar-Sancho (1963), propõe uma classificação na qual descreve
a fissura utilizando a denominação grega das partes constituintes
da estruturas orais, que são representadas por letras, assim:
K (queilo) = lábios;
G (Gnato) = processo alveolar;
U (Urano) = palato duro;
S (Stafilo) = palato mole e
SK (Squisis) = fissura.
Uma fissura total seria classificada como: KGSSK – queilognato-uranoestafilosquisis
(TABITH, 1989).
Na literatura poderemos encontrar a classificação de Davis e Ritchie
(1922) e Veau (1931) de acordo com as estruturas anatômicas envolvidas
ou como as propostas por Kernanan e Stak (1953) e Harkins e Cols (1962), segundo
as estruturas embrionárias afetadas (CAMPIOTTO et al., 1997).
No Brasil, amais difundida e utilizada é a classificação
de SPINA (1972) que toma por base o forame incisivo (CENTRINHO, 2006).
Essas fissuras são divididas em quatro categorias:
1 – FISSURA
PRÉ-FORAME INCISIVO – são aquelas exclusivamente
labiais (Unilateral, bilateral ou mediana) que podem variar em grau, desde um
simples vermelhão até a fissura completa, com o comprometimento
do assoalho nasal até a arcada alveolar (KUDO et al., 1997).
As fissuras pré-forames podem apresentar-se nas seguintes formas:
B – Fissura unilateral pré-forame incisivo completa
FIGURA 01 - Fissura unilateral pré-forame incisivo completa
(ALTMANN, 1997).
C - Fissura bilateral pré-forame incisivo completa
FIGURA 02 - Fissura bilateral pré-forame incisivo completa
(ALTMANN, 1997).
D – Fissura Unilateral Transforame incisivo
FIGURA 03 - Fissura Unilateral Transforame incisivo (ALTMANN,
1997).
E - Fissura bilateral Transforame incisivo
FIGURA 04 - Fissura bilateral Transforame incisivo (ALTMANN,
1997).
F – Fissura pós-forame incisivo completa
FIGURA 05 - Fissura pós-forame incisivo completa (ALTMANN,
1997).
G –
Úvula bífida, podendo indicar uma fissura submucosa
FIGURA 06 - Fissura submucosa (ALTMANN, 1997).
2 – FISSURA PÓS-FORAME INCISIVO – são as fendas palatinas em geral medianas, que podem se situar apenas na úvula, se estender ao palato mole ou, como é comum envolver o palato duro (KUDO et al., 1997).
3 – FISSURA TRANSFORAME INCISIVO – São as de maior gravidade, unilaterais ou bilaterais, e atingem lábio arcada alveolar o palato duro (KUDO et al., 1997, ALTMANN, 1997).
4 – FISSURAS
RARAS DE FACE – São as obliquas, do lábio inferior
ou do nariz, entre outras (KUDO et al., 1997).
Segundo Marchesan (1998), a classificação adotada no Brasil é
a proposta por SPINA (1972), que toma como ponto de referencia o forame incisivo,
pois este constitui a junção do palato primário (pró-lábio,
pré-maxila e septo cartilaginoso) e palato secundário (palato
duro e mole).
Outros tipos mais raros de fissuras ocorrem, como a fissura pré-forame
cicatricial de KEITH, com um leve sinal de cicatrização, dando
uma leve aparência normal ao lábio na postura de repouso, porém
no movimento de protusão pode-se notar direcionamento e inserção
anômala da musculatura orbicular, formando-se uma depressão na
cicatriz (CAMPIOTTO et al., 1997).
As fissuras pré-forame associadas à fissura pós-forame
incompleta ocorrem mais raramente (ALTMANN, 1997).
Encontramos ainda, dentro da classificação das fissuras pós-forame,
as fissuras submucosa e submucosa oculta (CAMPIOTTO et al., 1997).
Na fissura submucosa ocorre a clássica tríade, associada à
voz de qualidade nasal: Úvula bífida; Diastase da musculatura
velar, observando-se uma zona translúcida mediana; Chanfradura na borda
posterior do palato (ALTMANN, 1997).
A fissura submucosa pode associada à úvula integra. Encontramos
também casos mais raros, como a fissuras submucosa associada às
fissuras pré-forame (CAMPIOTTO et al., 1997).
A fissura submucosa oculta é de difícil diagnóstico clínico,
uma vez que as estruturas da cavidade oral estão aparentemente integras,
sendo o único sinal observável a qualidade vocal predominantemente
nasal (LOFIEGO, 1992).
2.6 - TRATAMENTO CIRÚRGICO DAS FISSURAS
2.6.1 - QUEILOPLASTIA
A lábioplastia (queiloplastia)
poderá ser realizada a partir do 3º mês de idade, desde que
a criança esteja com boa saúde, sem anemia ( Hb =10 ou Hb >
10) e peso mínimo adequado ( igual ou maior que 3 Kg ). É uma
cirurgia realizada sob anestesia geral de duração de aproximadamente
2 horas e sendo necessário um período de internação
de 24 a 48 horas, em geral (PEDROSA, 1999, ALTMANN, 1997).
Os cuidados no pós-operatório são de grande importância
para obtenção de melhores resultados. Entre eles: evitar que a
criança chore muito principalmente nos primeiros dias de pós operatório
(WONG, 1999).
Manter o lábio sempre limpo, livre de crosta de sangue, que devem ser
retiradas com o auxílio de água filtrada ou acrescida de água
oxigenada a 10 volumes (PEDROSA, 1999).
A retirada dos pontos que deverá ser feita por volta do 7º dia de
pós-operatório no dia de retirar os pontos, a criança deverá
estar de jejum de 5 horas (a retirada é feita sob analgesia/sedação)
(AMARAL, 2001).
A criança não deve usar bico ou chupeta / mamadeira nos primeiros
30 dias pós-operatórios, não deixar a criança levar
as mãos ou dedo na boca, se necessário usar aparelho de contenção
(imobilização) nos braços, principalmente até a
retirada dos pontos após a retirada dos pontos (PEDROSA, 1999).
A mãe deverá fazer massagens suaves nas cicatrizes do lábio,
durante três meses, para que as mesmas fiquem finas e macias a criança
não deverá tomar sol na face nos 3 meses após a cirurgia,
usar medicação analgésica e as demais prescritas, rigorosamente
e caso a criança tenha algum problema alérgico, alerte ao seu
cirurgião (PEDROSA, 1999, WONG, 1999).
Deverá ser feito o controle médico, na criança, com 1 mês
de pós- operatório e por volta de 1 ano de idade, sendo que, em
casos especiais, este controle poderá ser em intervalos menores (PEDROSA,
1999).
2.6.2 - PALATOPLASTIA
As fissura lábio-palatal são
aberturas uni ou bilaterais na boca, devido a problemas na formação
embrionária ( 3ª a 7ª semana para o lábio e 4ª
a 12ª semana para o palato), associadas a defeitos genéticos ( 30
%) ou geralmente por fatores extrínsecos múltiplos (70%), como:
doenças, estresse, uso de medicamentos, traumatismos, desnutrição
e algumas não determinados (PEDROSA, 1999).
Algumas orientações devem ser observadas: A cirurgia de palatoplastia
é realizada por volta dos 18 meses de idade (LOFIEGO, 2002).
A criança deve estar em boas condições de saúde,
sem infeções agudas, gripes fortes ou outras viroses (a otite
média é muito comum nessa criança, o que não contra-indica
a cirurgia) a criança deverá estar de jejum por 5 horas para a
cirurgia que é realizada sob anestesia geral em mais ou menos 3 horas,
com 24 a 48 hs de internação (ALTMANN, 1997).
No caso do paciente estar usando algum tipo de aparelho ortodôntico ou
ortopédico fixo, deverá procurar o dentista para a retirada do
mesmo e orientação do uso após a cirurgia (PEDROSA, 1999).
A presença de sangramento oral é uma constante neste tipo de cirurgia,
pois o palato é muito irrigado e um grande deslocamento é realizado.
Este sangramento diminui no 2º dia de pós operatório, desaparecendo
as poucos. Usa-se líquidos gelados para aliviar (PEDROSA, 1999, ALTMANN,
1997).
A criança deverá ter muita dificuldade para engolir, até
mesmo a própria saliva, por isto é muito comum a criança
babar um pouco nos primeiros dias após a cirurgia (LOFIEGO, 2002).
A dieta deverá ser líquida e pastosa nos primeiros 30 dias de
pós operatório: sopas, mingaus, vitaminas, sucos e outros, sem
no entanto, deixar cair a qualidade da dieta oferecida ao paciente; a alimentação
deverá ser rica em vitaminas naturais e ferro, além de hidratação
abundante. Lembre-se que o paciente perde muito sangue nesse tipo de cirurgia
(ALTMANN, 1999).
Torna-se proibido balas, pães, biscoitos ou outros tipos de alimentos
sólidos ou de chupar. Evitar que a criança chore. Dar analgésicos
se necessário ou acalentar a criança. O esforço do choro
força as linhas de sutura e causam mais dor, assim como podem causar
deiscência (abertura) da sutura (WONG, 1999).
O paciente deverá fazer repouso nos primeiros dias de pós-operatório,
evitar o sol forte assim como praticar atividades mais forçadas durante
15 a 20 dias. Observar a medicação prescrita (PEDROSA, 1999).
Para higiene oral, em crianças maiores ou adultos, poderá ser
usada alguma solução anti-séptica oral para bochechos e
gargarejos. Muito cuidado com a escovarão dos dentes para não
ferir a área operada. Os pontos caem espontaneamente por volta do 20º
a 30º dia, não sendo necessário a retirada dos mesmos (PEDROSA,
1999, WONG, 1999).
Após cada alimentação, o paciente deverá engolir
um pouco de água ou apenas bochechar para retirar os detritos alimentares
que por acaso estejam agarrados ao céu da boca (PEDROSA, 1999).
Um mês após a cirurgia, deverá ser retomado (ou iniciar)
o tratamento ortodôntico, fonoaudiológico e acompanhamento pediátrico
(LOFIEGO, 2002).
Cirurgias complementares poderão ser necessárias (labioplastia,
palatoplastia secundária, rinoplastia, enxerto ósseo maxilo-alveolar,
etc) a partir de 4 a 6 meses após uma intervenção (CAMPIOTTO
et al., 1997).
2.7 – TRATAMENTO INTERDISCIPLINAR DAS FISSURAS
A reabilitação completa
dos pacientes portadores de fissuras lábio palatinas constitui a meta
principal de todo o tratamento realizado em equipe. O tratamento não
é exclusivamente cirúrgico, mas sim interdisciplinar , no qual
todas as áreas se complementam (CAMPIOTTO et al, 1997).
Cada profissional faz sua avaliação especifica, estabelece o seu
seguimento pré e pós-cirúrgico dentro do planejamento da
equipe. O tratamento requer paciência e tempo, tanto dos pais como dos
profissionais (LOFIEGO, 2002).
A equipe interdisciplinar é composta de cirurgia plástica, genética,
pediatria, otorrinolaringologia, ortodontia e ortopedia funcional dos maxilares,
nutrição, fonoaudiologia, saúde mental, serviço
social e outros (CAMPIOTTO et al, 1997).
A criança ser em fase de desenvolvimento e formação física
e mental, necessita de constante suporte nutritivo, emocional e intelectual,
o apoio psicológico, embasador em proteção, estimulação,
compreensão e carinho é fundamental para que alcance o equilíbrio
evolutivo orgânico e cerebral (ALTMANN, 1997).
Pessoas que nascem com deformidades que interfiram em sua capacidade natural
de ser adequadamente alimentadas e que alterem a auto-estima têm, a principio,
handicap negativo em suas possibilidades de evolução normal (CAMPIOTTO
et al, 1997, ALTMANN, 1997).
As tentativas de estimulação precoce deve acontecer já
no berçário, a alimentação pôr via oral, com
o concurso de nutricionistas, neonatologistas, enfermeiras, fonoaudiólogos,
neuropediatras e outros tantos quanto se façam necessários (ALTMANN,
1997)
De acordo com Tabith (1989), a equipe minimiza o hiato que separa estes recém-nascidos
dos bebês normais, aumentando as chances de sucesso de se alcançar
as melhores condições de vida possíveis, possibilitando
que, mais brevemente as intervenções (como cirurgias corretivas,
fisioterapias, etc.) sejam realizadas e logrem êxitos.
Para Altmann (1997) é cada vez mais é evidente o sucesso obtido
com as crianças que podem receber o adequado suporte multidisciplinar
de que dispõe , enfocando todos os pontos (somáticos, neurológicos
e psíquicos) de que depende a criança para que atinja a sua plenitude
como ser humano.
Segundo Petrelli (1994), a intervenção na fissura não pode
ser preventiva, pois é uma deformidade congênita, mas a equipe
constituída pôr vários profissionais visará controlar:
· Alta percentagem de óbitos;
· Desnutrição provocada pela falta de orientação;
· Inibição do crescimento do complexo nasomaxilar;
· Aparecimento de deformidades oclusão;
· Seqüelas auditivas;
· Incorreções na fala;
· Desajustamento pessoal e social; e
· A intervenção nociva de profissionais não habilitados
que na realidade causam seqüelas tão ou mais contundentes quanto
o não tratamento.
O trabalho de uma equipe, utilizando procedimentos viáveis dentro de um complexo medico-odonto-fisio-fono-psicopedagogico para o tratamento e a reabilitação precoce dos casos, não só minimizar a alta porcentagem de óbitos que ocorrem no primeiro ano de vida, como o aparecimento de deformidades na dentição, a inibição do crescimento dos ossos maxilares e da face, os distúrbios de fala e a inadaptação psicossocial (KUDO et al., 1997).
2.8 - ASPECTOS ALIMENTARES
A alimentação para
bebês com fissuras de lábio isolada pode ser feita antes e após
a cirurgia (PEDROSA, 1999).
Para bebês com fissuras de lábio completa, interrupção
da arcada dentária ou fissura de palato, a amamentação
é, ainda assim, encorajada, mesmo eles não tendo capacidade para
gerar pressão aérea intra-oral suficiente (LOFIEGO, 2002).
Para adequar a sucção e para que se tenha a pressão adequada
são utilizadas placas de acrílico que têm pôr objetivo
fechar o palato, adequando a pressão aérea oral e com isto tornando
possível a amamentação tanto no seio quanto na mamadeira
(ALTAMNN, 1997).
As placas segundo LOFIEGO (2002) também promovem o crescimento facial.
Na fissura isolada de lábio, as mães podem amamentar, no seio,
os seus bebês antes e depois da cirurgia.
Uma criança com fissura completa de lábio, interrupção
do arco dentário ou uma fissura palatina é estimulada para amamentar-se
no seio, mesmo sendo incapaz de gerar uma pressão intra-oral negativa
adequada o suficiente para proporcionar a sucção, pois como o
dito anteriormente, elas devem usar a placa acrílica (ALTMANN, 1997).
O paciente pode ser relativamente livre de infecções das vias
aéreas superiores se for alimentado da forma correta e seguindo as recomendações
dadas (LOFIEGO, 2002).
Os bebês com fissuras palatinas podem engolir normalmente uma vez que
o alimento alcance a hipofaringe, mas têm extrema dificuldade para produzir,
na boca, a pressão negativa necessária para poder sugar o peito
ou a mamadeira (PETERSON et al, 1996).
Quando um bico é colocado na boca do bebê, ele começa a
sugá-lo como qualquer outro recém-nascido, porque os reflexos
de sucção e deglutição são normais. Entretanto,
a musculatura não é desenvolvida, ou propriamente orientada para
permitir que a sucção seja eficaz (ALTMANN, 1997, PETERSON et
al, 1996).
Segundo Araruna e Venrúscolo (2000), muitos são os aspectos envolvidos
no cuidado da alimentação da criança, envolvendo relações
complexas de caráter afetivo, social e econômico e cultural, que
influenciam na relação mãe-filho, na discriminação
social da criança, na dificuldade da mãe cuidar e alimentar a
criança.
Araruna e Venrúscolo (2000) referem que a criança portadora de
deformação congênita lábio palatal, enfatizando sua
alimentação, as dificuldades e os métodos alternativos
para alimentar a criança, revelando que são muitos os aspectos
envolvidos no cuidado da alimentação da criança fissurada,
envolvendo relações complexas de caráter afetivo, social,
econômico e cultural.
Marques e Martinelli (1992), afirmam que a alimentação das crianças
portadoras de fissura congênita lábio-palatal não pode ser
esquecida ou relegada a plano secundário, pois, trata-se de uma das queixas
mais freqüentes durante as consultas pediátricas.
Os hábitos devem ser investigados no sentido de detectar dificuldades
mastigatórias. Muitas vezes o paciente prefere alimentos umidificados
e de consistência mais mole pelo fato d quase não necessitarem
de trituração antes de serem deglutidos (ALTMANN, 1997).
A deficiência de nutrientes é indiscutivelmente mais crítica
para o organismo em fase de crescimento e desenvolvimento do que para o adulto
(EUCLYDES, 2000).
A capacidade de utilizar efetivamente e compensar o suprimento desbalanceado
de nutrientes é limitada, devido à insuficiência de reservas
de alguns nutrientes e, em muitos casos também a imaturidade do ponto
de vista metabólico (ex: metabolismo de aminoácidos) e também
fisiológico (funcionamento renal) (EUCLYDES, 2000, MARQUES e MARTINELLI
(1992).
A nutrição durante essa face crítica de desenvolvimento
não só tem importantes conseqüências imediatas sobre
o crescimento e a composição corporal, como também afeta
os processos fisiológicos e metabólicos no longo prazo, um fenômeno
que tem sido denominado “programação metabólica”
(EUCLYDES, 2000).
Araruna e Venrúscolo (2000), reforçam a implementação
do aleitamento materno, resguardando os limites fisiológicos, psicológicos,
social, que envolvem a criança e a sua família, e a importância
da alimentação para o desenvolvimento físico e emocional
favorecendo a correção cirúrgica das fissuras de lábio,
e/ou palato e o seu processo de reabilitação.
Os pacientes portadores de fissuras lábio-palatinas freqüentemente
apresentam carência nutricional por falta de estimulação
da família em relação ao valor nutritivo dos alimentos
e medo de alimentar a criança frente às dificuldades de alimentação
por via oral (LOFIEGO, 2002).
O nutricionista, o pediatra e o fonoaudiólogo orienta a mãe principalmente
nos casos em que a presença de anemia e baixo peso impossibilitam a cirurgia
dentro da cronologia eleita (CAMPIOTTO et al, 1997).
Depois de operada a criança com fissura de lábio e/ ou palato
pode e deve alimentar-se normalmente com os cuidados que se dá a uma
criança normal, com a devida orientação pediátrica,
porém, objetivando a estimulação e a higienização
desta cavidade bucal (ALTMANN, 1997).
O paciente deve ser operando o mais cedo possível, respeitando o tempo
de desenvolvimento das estruturas orofaciais, para com isto propicia a sua correta
alimentação, fala e comunicação, ele pode desenvolver
a dieta alimentícia que mais lhe agrade, sem restrições
alimentares devidas a fissuras em si (LOFIEGO, 2002).
A alimentação é um fator importante nessa fase, pois dará
a criança condições para a realização da
cirurgia, uma vez que a presença de anemia e desnutrição
a inviabilizam (PEDROSA, 1999).
A importância da alimentação reflete na maturação
da musculatura orofacial propiciando um crescimento facial favorável
(ALTMANN, 1997).
O tipo e consistência dos alimentos não são diferentes dos
oferecidos para a criança sem fissuras lábio-palatinas quanto
à época de introdução.
A mãe deverá ser esclarecida quanto à importância
das vitaminas e ferro presentes nos alimentos: vitamina C, na prevenção
de gripes, resfriados, aumento da imunidade, cicatrização, ferro,
na prevenção de anemias, vitamina K, na prevenção
de hemorragias (CAMPIOTTO, 1997).
2.8.1 - ALEITAMENTO MATERNO
A amamentação é
a maneira natural de alimentar o bebê nos primeiros meses de vida, apresentando
muitas vantagens tanto para ele como para a mãe.
A primeira delas é que cada leite materno tem uma composição
de nutrientes específica, que acompanha as necessidades da criança
durante seu crescimento (ALTMANN, 1997).
O leite materno contêm agentes imunológicos, doados pela mãe,
que protegem a criança de doenças infecciosas e diarréias,
a amamentação fortalece a musculatura da face e da boca do recém-nascido,
o que previne futuros problemas na fala e na oclusão dos dentes (CTENAS
e VITOLO, 1999).
O primeiro contato mãe-filho é através da amamentação,
pois o amor e o alimento são associados na mente do bebê com a
pessoa que o amamenta ou serve, receber alimento da pessoa amada é para
a criança receber afeto (ALTMANN, 1997).
O alimento torna-se símbolo de amor e felicidade, mas pode também
representar ansiedade, depressão etc. (MACEDO et al., 2002).
A boca do recém-nascido constitui uma estrutura anatômica e funcional
adaptada para mamar. Os lábios, os maxilares, as gengivas, a língua,
as almofadas de gordura das bochechas, o palato duro e mole e a epiglote conformam
uma estrutura anatômica que remove o leite disponível (VALDES et
al., 1996).
A amamentação requer a completa introdução do mamilo
e da auréola na boca do lactante, de tal maneira que a ponta do mamilo
alcance o palato mole (MACEDO et al., 2002).
Torna-se necessário utilizar o reflexo de busca, que se desencadeia ao
se estimular o lábio inferior do lactante e que produz a abertura da
boca e a localização da língua sobre o assoalho da cavidade
oral (VALDES et al., 1996).
Quando a auréola e o mamilo são introduzidos na boca, o lactante
desloca sua língua, ultrapassando a gengiva, e logo comprime a auréola
contra o palato duro, espremendo-a e extraindo o leite que flui pelo mamilo
a região posterior da boca para ser deglutido (CTENAS e VITOLO, 1999).
Recém introduzidos a auréola e o mamilo na boca, observa-se alta
freqüência destes movimentos (2/s), o que interpreta-se como um estímulo
fisiológico destinado a desencadear o reflexo de ejeção.
Ao começar a fluir o leite, a freqüência de sucção
desce para (1/s) (VALDES et al., 1996).
O ideal é o aleitamento materno, mas diante da dificuldade da criança
na alimentação ou da mãe em lidar com a situação,
freqüentemente é adotada a mamadeira (ALTMANN, 1997).
WONG (1999) refere que o uso da sonda nasogástrica fica restrito a casos
especiais como na seqüência de Pierre Robin nos primeiros dias de
vida ou cardiopatias, para se evitar situações de estresse e esforço
e conseqüente perda de peso e risco de vida.
A postura de alimentação deverá ser totalmente vertical,
para impedir o refluxo nasal e aspiração bronco pulmonar (WONG,
1999).
FIGURA 06 – Posição para amamentação (LOFIEGO,
2002).
Quanto ao bico preconiza-se o tipo
ortodôntico pôr ter o bulbo mais curto, o que propicia a anteriorização
da língua. Normalmente, a língua encontra-se inserida na fenda
e, portanto, posteriorizada (CAMPIOTTO, 1997).
Algumas crianças tem dificuldades de adaptação a este formato
de bico, ocorrendo perda significativa de peso. Nestes casos, temos que ser
maleáveis tentando outros formatos, partindo do princípio que
o bico bom é aquele no qual a criança consegue sugar (LOFIEGO,
2002).
O furo em que ser adequado a força de sucção do bebê,
com o fluxo de leite próximo do gotejar constante, permitindo que a criança
se alimente com ritmo e coordenação da sucção, deglutição
e respiração, mantendo-se sempre o bico cheio de leite evitando-se
sim a ingestão excessiva de ar (ALTMANN, 1997).
Normalmente o tempo de mamada varia em torno de 20 a 30 minutos, respeitando-se
as limitações individuais e da patologia, o ganho de peso mensal,
deve ser em torno de 600g no mínimo (CAMPIOTTO, 1997).
Campiotto (1997) propõem algumas manobras favorecem a sucção como:
· Puxar o bico levemente para
fora;
· Pressionar a face externa das bochechas;
· Pressionar a região submandibular;
· Apertar o frasco da mamadeira e/ ou bico;
· Pressionar o bico sobre a língua;
A ansiedade devida a malformação
bucal do bebê desencoraja a mãe para amamentar o bebê ao
seio (ALTMANN, 1997).
Deve-se fazer um trabalho junto a mesma com o objetivo de fazê-la entender
que esta sua reação só trará prejuízo ao
seu bebê e que a amamentação é indispensável
para a sobrevivência do mesmo (LOFIEGO, 2002).
De acordo com Viuniski (2002), o leite materno é o alimento idela para
o bebê, desde os primeiros momentos de vida e que, quando usado exclusivamente
até os 4 ou 6 meses, é suficiente para oferecer todos os nutrientes
e água.
Para ELIAS (2002), nenhum outro alimento é tão completo, de fácil
assimilação, sempre pronto para usar, numa embalagem tão
maravilhosamente prática, na temperatura exata e tão barato, quanto
o leite materno.
O leite de cada mãe é especial para o seu próprio recém-nascido
(OMS, 2006).
2.8.2 - CONSISTÊNCIAS ALIMENTARES
A passagem de uma alimentação
exclusivamente láctea a uma dieta mista, nada mais é que a integração
ao leite (materno ou artificial) de outros alimentos necessários ao crescimento
do seu bebê: carne, verduras, frutas, cereais e outros (ELIAS, 2002).
São as novas necessidades nutritivas que por volta do quarto mês,
representam uma etapa bem precisa na evolução física, psicológica
e sensorial do bebe (PERES, 1999).
Segundo ALTMANN (1997), parece inacreditável, mas qualquer bebê
consegue reconhecer os quatro sabores básicos: doce, amargo, salgado
e ácido.
Os bebês têm uma predileção inata pelo sabor doce,
e isso se deve ao fato de que nos primeiros meses de vida, ele se alimentará
exclusivamente de um único alimento: o leite (PERES, 1999).
A alimentação sólida é um processo que se inicia
por volta do 6º mês, e que continua gradativamente por todo o primeiro
ano de vida (ELIAS, 2002).
O aleitamento artificial ou misto requer uma introdução mais precoce
dos alimentos complementares para evitar deficiências nutricionais e imunológicas
com maior risco de infecções, retardo no crescimento e desenvolvimento
(PERES, 1999).
O primeiro alimento complementar usualmente orientado é o suco de frutas
(ELIAS, 2002).
O suco é bem aceito por suas substâncias aromáticas, sendo
que os ácidos melhoram a absorção do ferro e, dos sais
orgânicos de sua composição, estimulam o apetite, as funções
digestivas da criança preparando-as para novos paladares (PERES, 1999).
Além disso, são importante fonte de minerais e vitaminas (principalmente
C e A) (ELIAS, 2002).
Deve ser iniciado o suco de uma fruta de cada vez, podendo misturá-los
quando a criança já tiver provado individualmente, cada um dos
sabores (PERES, 1999).
A introdução dos alimentos deve ser gradativa, iniciando-se pelas
frutas, sob forma de sucos e papas.
Os sucos devem ser administrados em um intervalo de refeição,
aos poucos. Qualquer fruta pode ser utilizada, e se possível em colheradas
para impedir o desmame (SANTOS, 2002).
A papa de frutas pode ser introduzida em horários de refeição,
complementada pelo leite, dar preferência para frutas regionais, maduras,
que esteja em período de safra, são as mais indicadas (PERES,
1999).
A primeira papa salgada deve conter sempre um alimento básico, fonte
de energia (carboidratos) (SANTOS, 1999).
Alimentos fontes de proteínas vegetais e ferro fazem a perfeita combinação,
acrescidos de verduras e legumes, apresentados sempre em pequenas quantidades
e individualmente, para impedir possíveis alergias (CAMPIOTTO, 1997).
Posteriormente introduziremos as carnes vermelhas e brancas, fontes essenciais
de ferro. A papa deve sempre ser oferecida em colheradas, amassada, evitando-se
o uso de alimentos batidos ou líquidos (PERES, 1999).
Segundo Santos (2002), normalmente procuramos não desmanchar totalmente
a preparação, procurando oferecer alimentos com diferentes consistências,
permitindo a diferenciação entre os vários sabores. Isto
pode evitar que a criança enjoe de algum alimento, o que é comum
no primeiro ano de vida.
3 – CONCLUSÃO
A criança portadora de fissura
pode ser satisfatoriamente amamentada ao seio, com o passar do tempo ingerir
alimentos pastosos, sólidos e assim chegar ao ponto da utilização
de todas as consistências. Isto ocorre quando o cuidador da criança
é orientado pelo profissional da saúde ou mesmo pelo nutricionista
quando possível.
A alimentação adequada para a criança portadora de fissura
evita anemias, desnutrições e outras alterações
que comprometem ainda mais o seu quadro clínico. O equilíbrio
nutricional é a base para um bom desenvolvimento de cirurgias de lábio
e palato, ou seja, a boa alimentação no pré-cirúrgico
garante resultados precisos de exames podendo logo em seguida o paciente ser
encaminhado para a cirurgia. Já no pós-cirúrgico garante
a reconstituição tecidual adequada.
Não só à cirurgia corretiva compete habilitar o paciente
fissurado. Medidas de suporte nutricional, monitorização do seu
crescimento e desenvolvimento, tratamento dentário, atendimento fonoaudiológico,
suporte psicológico, orientação da enfermagem entre outros,
fazem parte da recuperação destes paciente e são tão
importantes quanto a cirurgia
4 – REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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